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sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Geraldo Azevedo no Campestre





No último dia 12, tive oportunidade de ver um ótimo show no Clube Campestre de Geraldo Azevedo. Aliás, para registrar, de organização cuidadosa, sem desrespeitar o consumidor, colocando mais gente do que a capacidade do local, com boa qualidade de som e atendimento de bar decente (era Heineken!).

Pessoalmente, foi muito bom, a turma ótima, animada, como sempre e, pra variar, saindo nas últimas.

Geraldo fez um show bem intimista, só voz e violão, mas de sua geração (e de seu estilo) talvez somente Elomar e Xangai (com quem já fez vários shows no projeto Cantoria) sejam melhores do que ele na viola. Então, pouquíssima falta faz uma banda acompanhando um artista tão virtuoso no dedilhar de seu pinho.

E assim, tudo que se espera de Geraldo veio, somente ele e o violão, uma atrás da outra, sem dar oportunidade nem de dizer que a última tinha sido maravilhosa, porque já vinha outra melhor: Bicho de sete cabeças (sempre numa performance emocionante), Dona da minha cabeça (uma das que o público mais participa, sem nenhuma dúvida), Moça Bonita, Menina do Lido, Chorando e Cantando, Táxi Lunar, Ai que saudade Docê, Canção da Despedida (outra que fez muita gente chorar - e eu vi), Canta coração, Caravana, Você se lembra, Sabor Colorido, O amanhã é distante (uma das minhas preferidas), Sétimo Céu, Princípio do Prazer (das mais altruístas, que anima o espírito), Príncipe Brilhante.

De quebra, numa demonstração do verdadeiro espírito do cancioneiro popular, no bis, ainda deu grande oportunidade de que Raniery Gomes o acompanhasse na sanfona, junto com sua banda, cantando "Ai que saudade d'ocê", reconhecendo (porque ele faz jus ao reconhecimento) um sujeito que tem cantado forró de verdade pela Paraíba inteira e que mereceu, sem dúvidas, fazer parte daquela celebração.



Depois, Raniery continuou o show, cantando o forró autêntico, mostrando, por fim, o quanto Campina precisa de artistas que têm uma linha própria, trazendo a cultura do forró autêntico e alegrando sua audiência com um espetáculo apropriado à terra que se diz do forró e do Maior São João do Mundo.

A Fábrica de Eventos e a Cultura Inglesa estão de parabéns pelos projeto. Espero que continuem no intuito de trazer eventos culturalmente relevantes para a cidade. Organizados, respeitando o público e proporcionando alguma transformação cultural na cidade, que tanto necessita.

Fotos por Paloma.

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Mano Chao - Estação Nordeste


Dia 29 de Janeiro, sábado, depois de matar a vontade de comer subway, praia de Cabo Branco para ver o show de Sex On the Beach e Mano Chao.

A primeira banda é instrumental e toca Surf Music (e também rock n' roll), abriu o show e foi muito aplaudida, sobretudo pela galera de Campina Grande, que prestigia a banda em suas apresentações na cidade (no Bronx, sobretudo). Ótima sacada, pois não conheço ninguém fazendo surf music na Paraíba além deles.

O outro show, o de encerramento do Estação Nordeste, era o de Mano Chao. Ele fez muito sucesso aqui no Brasil com o disco “Clandestino”, que é resultado das andanças desse artista muito carismático e empolgado, que sempre mistura ritmos e línguas em suas composições.

De fato, não se precisa conhecer todas as músicas para gostar do show de Mano Chao. É tanto ritmo gostoso de se curtir que parece que a gente vai dançando sem nem sentir. E as letras aparecem em inglês, em francês, em espanhol e em português. Além de galego. Das mais conhecidas (e esperadas pelo público para cantar junto com ele) estão Bongo Bong, Desaparecido, Me gustas tu e (talvez a mais de todas elas) Clandestino.

Mas é também de se notar que a presença dos únicos dois companheiro de Mano são extremamente relevantes em sua atuação. Sobreleva-se ainda mais a presença do guitarrista/violonista Madjid Fahen. O homem é muito fera e, além disso, extremamente performático.

Não sabia exatamente o porque da sua tamanha aproximação com o Brasil (ele fala português bem claramente). Mas pesquisando, descobri que ele morou no Ceará e lá tem um filho adolescente. Em outra oportunidade, em 1992, ele (e sua banda) tocaram ao longo da Costa da América Latina, parando, de barco, nas cidades portuárias. Tocaram na ECO-92 no Rio de Janeiro, assim, chegando lá de barco.

Apesar de ser francês, não vejo muita influencia da música francesa no show de Mano. E apesar de uma predominância de ritmos latinos durante a apresentação, também se sente uma tendência bem punk bem underground na tocada da banda (apesar de somente contar com violão, guitarra e bateria). E as letras também estão sempre a falar de alguém que está perambulando pelo mundo, pelas ruas, meio perdido, “clandestino”, curtindo viagens (em todos os sentidos), experiências sonoras as mais diversas, a paz, a tolerância e o amor.

Muito disposto no palco, acho que o show durou muito mais do que duas horas, tendo sido, inclusive, um pouco flexibilizada a lei do silencia na orla, pois passou bastante da meia-noite e Mano voltou para o bis duas vezes. Um show muito empolgante e dançante, onde se viu um artista muito entregue à festa inteira, e passou tal entrega para a galera nas areias da praia do Cabo Branco, mais uma vez premiada com uma apresentação memorável, fechando com chave de outro o projeto Estação Nordeste.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Zeca Baleiro - Estação Nordeste




Ao contrário do que aconteceu no show de Campina, no Garden Hotel (Festival de Inverno - Post aqui), obviamente que o show de Zeca Baleiro no Ponto Cem Réis, no centro da cidade de João Pessoa, na sexta, dia 28 de janeiro, foi regado a uma boa gelada cerveja, o que torna a coisa muito mais animada, apesar do aperto e do calor infernal.

Verdade, um aperto muito maior do que nas areias do Cabo Branco, um calor intenso sem a brisa marítima e uma estrutura muito menor do que a que foi montada na praia (difícil estacional, difícil se mover, difícil banheiro) dificulta um pouco a coisa toda, mas depois de Zeca entrou com "Alma não tem Cor", as dificuldades todas são esquecidas no som desse maranhense que tem ligações fortes com a paraíba, sobretudo pela parceria (ele de novo!) que mantém com Chico César.

De camiseta machão vermelha e boné (sem nenhum dos balangandãs com os quais muitas vezes entre no palco...) entrou o cidadão de São José de Ribamar (aliás é o nome dele) na praça do Ponto de Cém Reis, em frente ao Paraiba Palace.

O show, que tem por base o lançamento do "Coração do Homem Bomba", disco duplo de qualidade excepcional, que já comentei aqui, tem características muito inovadoras frente à tudo que Zeca já fez, mas sempre mantendo suas características que aparecem em todos os discos: O suíngue de seu violão, as letras muitíssimo bem construídas - falem elas de amor, sejam elas satíricas ou melancólicas - a influência do coco, do maracatu, do baião e do rock.

Uma das mudanças significativas do novo show, mas que não estava presente no palco de João Pessoa era o trio de metais, que dá uma vida muito intensa ao espetáculo, de modo que isso fez com que o show apresentado se tornasse mais rock n' roll ainda, porque as guitarras, normalmente, acabavam fazendo o papel dos solos dos metais na performance, sempre espetacular do multi-instrumentista Tuco Marcondes.

E de fato, o show foi eminentemente voltado para o rock. Músicas consagradas como "Bandeira", "Disritmia", "Vapor Barato" ou "Meu amor me ame", que quase sempre são tocadas, ficaram de fora do setlist. E nem acho que alguém tenha dado por falta delas.

Apesar do som quase sempre bem pesado da banda, Zeca parecia um pouco cansado. De fato, já o vi muito mais animado, divertido e brincalhão em outras oportunidades.

Mas tudo bem, tá valendo. No show, apresentou, além de "Alma não tem cor" do seu novo disco, "Toca Raul" (que veio seguida de "Quem não tem colírio usa óculos escuros), "Bola Dividida" (De Luis Ayrão), "Você não liga pra mim" e "Você é Má".

Do resto de seu setlist, as festejadas "Babylon" (que parece se tornar, a cada dia que passa, o Hino Zeca Baleiro), o povo sempre se empolga quando ele toca, "Despedi o meu Patrão", "Alma Nova", "Meu amor, minha flor, minha menina" (minha cara, minha Carolina...), "Lenha", "Quase Nada" (com a galera inteira batendo palma em sintonia geral...), "Mamãe Oxum"(coisa do cancioneiro tradicional que Zeca gosta muito - minha mãe diz que minha vó cantava isso pra ela), "Proibida pra mim" (que eu acho completamente dispensável no seu repertório"), "Telegrama" (acho que o segundo hino dele).

Ainda rendeu homenagens ao povo paraibano, cantando "Veja (Margarida)" de Vital, ressaltando todos os amigos que tem no Estado, elogiando demais projetos como o Estação Nordeste, que implementam a cultura do Estado e, claro, para consagrar de vez Chico César, no bis entrou no palco entoando "Paraíba meu Amor" e cantou "Pedra de Responsa" e até um carimbó de Pinduca saiu (Sinhá Pureza) junto com o Negão.

Finalizou o show com "Heavy Metal do Senhor", pra enlouquecer a galera. Mas em mim, deixou também a clara sensação de que o show, pelo tamanho e pela expressão de Zeca, deveria ter sido era na praia, muito mais apropriado para shows dessa envergadura.

E de lá... é o jeito ir para o Bebe Blues... ainda deu tempo de jogar umas fichinhas e curtir uma cervejinha... com a liga toda presente, é claro!

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Nota Triste - Fim do White Stripes



Depois de 13 anos da dupla, o White Stripes anuncia, na sua página oficial, o fim.

Jack White e Meg White são autores de uma das músicas mais contemporâneas que eu conheço, chamada de "Seven Nation Army". Vários artistas já entoaram (Audioslave, Pearl Jam, Damien Rice, REM, U2...), em shows ao vivo, foi remixada com centenas de versões, e virou um verdadeiro hit nos estádios e Ginásios no mundo inteiro.

O disco onde está o maior sucesso do grupo (Elephant) ganhou o Grammy de Melhor Disco de Rock Alternativo.

Não há nenhuma explicação aparente para o fim da dupla, e tudo que o site diz é que:

"O The White Stripes não pertence mais a Meg e Jack. O The White Stripes pertence agora a você, e você pode fazer com ele o que quiser. A beleza na arte e na música é que ela pode durar para sempre se as pessoas quiserem. Obrigado por compartilharem essa experiência. O seu envolvimento jamais será esquecido por nós e somos realmente gratos por isso".

Quem quiser matar a saudade, taí o link http://www.youtube.com/watch?v=xi8KdTk0u0g&feature=related.

Enquanto as bandas de Rock se acabam, os parangolés se multiplicam... Haja!