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quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Zeca Baleiro - Estação Nordeste




Ao contrário do que aconteceu no show de Campina, no Garden Hotel (Festival de Inverno - Post aqui), obviamente que o show de Zeca Baleiro no Ponto Cem Réis, no centro da cidade de João Pessoa, na sexta, dia 28 de janeiro, foi regado a uma boa gelada cerveja, o que torna a coisa muito mais animada, apesar do aperto e do calor infernal.

Verdade, um aperto muito maior do que nas areias do Cabo Branco, um calor intenso sem a brisa marítima e uma estrutura muito menor do que a que foi montada na praia (difícil estacional, difícil se mover, difícil banheiro) dificulta um pouco a coisa toda, mas depois de Zeca entrou com "Alma não tem Cor", as dificuldades todas são esquecidas no som desse maranhense que tem ligações fortes com a paraíba, sobretudo pela parceria (ele de novo!) que mantém com Chico César.

De camiseta machão vermelha e boné (sem nenhum dos balangandãs com os quais muitas vezes entre no palco...) entrou o cidadão de São José de Ribamar (aliás é o nome dele) na praça do Ponto de Cém Reis, em frente ao Paraiba Palace.

O show, que tem por base o lançamento do "Coração do Homem Bomba", disco duplo de qualidade excepcional, que já comentei aqui, tem características muito inovadoras frente à tudo que Zeca já fez, mas sempre mantendo suas características que aparecem em todos os discos: O suíngue de seu violão, as letras muitíssimo bem construídas - falem elas de amor, sejam elas satíricas ou melancólicas - a influência do coco, do maracatu, do baião e do rock.

Uma das mudanças significativas do novo show, mas que não estava presente no palco de João Pessoa era o trio de metais, que dá uma vida muito intensa ao espetáculo, de modo que isso fez com que o show apresentado se tornasse mais rock n' roll ainda, porque as guitarras, normalmente, acabavam fazendo o papel dos solos dos metais na performance, sempre espetacular do multi-instrumentista Tuco Marcondes.

E de fato, o show foi eminentemente voltado para o rock. Músicas consagradas como "Bandeira", "Disritmia", "Vapor Barato" ou "Meu amor me ame", que quase sempre são tocadas, ficaram de fora do setlist. E nem acho que alguém tenha dado por falta delas.

Apesar do som quase sempre bem pesado da banda, Zeca parecia um pouco cansado. De fato, já o vi muito mais animado, divertido e brincalhão em outras oportunidades.

Mas tudo bem, tá valendo. No show, apresentou, além de "Alma não tem cor" do seu novo disco, "Toca Raul" (que veio seguida de "Quem não tem colírio usa óculos escuros), "Bola Dividida" (De Luis Ayrão), "Você não liga pra mim" e "Você é Má".

Do resto de seu setlist, as festejadas "Babylon" (que parece se tornar, a cada dia que passa, o Hino Zeca Baleiro), o povo sempre se empolga quando ele toca, "Despedi o meu Patrão", "Alma Nova", "Meu amor, minha flor, minha menina" (minha cara, minha Carolina...), "Lenha", "Quase Nada" (com a galera inteira batendo palma em sintonia geral...), "Mamãe Oxum"(coisa do cancioneiro tradicional que Zeca gosta muito - minha mãe diz que minha vó cantava isso pra ela), "Proibida pra mim" (que eu acho completamente dispensável no seu repertório"), "Telegrama" (acho que o segundo hino dele).

Ainda rendeu homenagens ao povo paraibano, cantando "Veja (Margarida)" de Vital, ressaltando todos os amigos que tem no Estado, elogiando demais projetos como o Estação Nordeste, que implementam a cultura do Estado e, claro, para consagrar de vez Chico César, no bis entrou no palco entoando "Paraíba meu Amor" e cantou "Pedra de Responsa" e até um carimbó de Pinduca saiu (Sinhá Pureza) junto com o Negão.

Finalizou o show com "Heavy Metal do Senhor", pra enlouquecer a galera. Mas em mim, deixou também a clara sensação de que o show, pelo tamanho e pela expressão de Zeca, deveria ter sido era na praia, muito mais apropriado para shows dessa envergadura.

E de lá... é o jeito ir para o Bebe Blues... ainda deu tempo de jogar umas fichinhas e curtir uma cervejinha... com a liga toda presente, é claro!

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