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Aqui se fala sobre música, sobre artistas e sobre bandas da cena nacional e internacional, de hoje e de sempre!

Já se falou aqui?

terça-feira, 5 de junho de 2012

Um vídeo - Clarice Falcão - Monomania

Uma obra prima. Como as músicas boas são: simples.

Já te fiz muita canção
São quatro, ou cinco, ou seis, ou mais
Eu sei demais
Que tá demais

Eu chego com um violão
Você só tá querendo paz
Você desvia pra cozinha
E eu vou cantando atrás

Hoje eu falei
Pra mim
Jurei até
Que essa não seria pra você
E agora é

Se juntar cada verso meu
E comparar
Vai dar pra ver
Tem mais você que nota dó
Eu vou ter que me controlar
Se um dia eu quero enriquecer
Quemvai comprar esse cd
Sobre uma pessoa só?

Hoje eu falei
Pra mim
Jurei até
Que essa não seria pra você
E agora é






domingo, 27 de maio de 2012

Uma letra - Felicidade - Marcelo Jeneci e Chico César



Haverá um dia em que você não haverá de ser feliz.
Sem tirar o ar, sem se mexer, sem desejar como antes sempre quis.
Você vai rir, sem perceber, felicidade é só questão de ser.
Quando chover, deixar molhar pra receber o sol quando voltar.
Lembrará os dias que você deixou passar sem ver a luz.
Se chorar, chorar é vão porque os dias vão pra nunca mais.

Melhor viver, meu bem, pois há um lugar em que o sol brilha pra você.
Chorar, sorrir também e depois dançar, na chuva quando a chuva vem.
Melhor viver, meu bem, pois há um lugar em que o sol brilha pra você.
Chorar, sorrir também e dançar.
Dançar na chuva quando a chuva vem.

Tem vez que as coisas pesam mais do que a gente acha que pode aguentar.
Nessa hora fique firme, pois tudo isso logo vai passar.
Você vai rir, sem perceber, felicidade é só questão de ser.
Quando chover, deixar molhar pra receber o sol quando voltar.

Melhor viver, meu bem, pois há um lugar em que o sol brilha pra você.
Chorar, sorrir também e depois dançar, na chuva quando a chuva vem.
Melhor viver, meu bem, pois há um lugar em que o sol brilha pra você.
Chorar, sorrir também e dançar.
Dançar na chuva quando a chuva vem.

terça-feira, 22 de maio de 2012

Los Hermanos - Abril Pro Rock - Olinda - 20 de abril de 2012

Em três anos, três shows do Los Hermanos, e olha que eles insistem em dizer que a banda acabou... Mas agora havia uma boa desculpa: a comemoração de 15 anos da (extinta?) banda.

Tudo bem, tudo bem, apesar de ser notório que eu mesmo já não pertenço à fase do encantamento inicial com a banda  - vi gente no show que tinha, certamente, menos da metade da minha idade. Eu mesmo estava acompanhado por Sofia, que tem menos que isso ainda e que é bom parâmetro para boa parte dos fãs que estavam lá no Chevrolet Hall no primeiro dia de Abril Pro Rock, comemorativo de 20 anos de existência e que brindava o público com uma das bandas que, desse festival, partiu para a consagração nacional em 1999 - o show serviu para mostrar que as músicas já têm vida própria e continuam emocionando o público, que canta enlouquecido cada uma delas.

Quando, depois de tomar um gole de cerveja, Marcelo entoou: "Moça, olha só o que eu te escrevi: É preciso força pra sonhar e perceber que a estrada vai além do que se vê!", o final da frase abafou completamente o som vindo do palco, num coro avassalador do público, já com gente nas costas do outro, com celulares filmando nas mãos, se apertando para ter uma visão melhor nas mais de duas horas e 30 músicas  - algumas, inclusive, incluídas por vontade do público (Pierrot), arrancada sem ensaio - que foram as primeiras de uma turnê que vai durar até o meio do ano.

O som, aliás, começou bem ruim e foi melhorando ao longo da apresentação.

Quando comprei, há uns dez anos atrás, o Bloco do Eu sozinho, muitos dos que estavam ali tinham 7, 8, talvez 9 anos, e, certamente, estavam escurando outras coisas. Nenhuma crítica - na verdade, é sempre importante manter a renovação de público - e no caso dos Los Hermanos é mais ainda, tendo em vista que (em tese) ainda estão num pseudo-hiato deste 2007. De fato, tem muita gente, inclusive, que começou a ouvir a banda depois que ela se desfez. É estranho. O normal é escutar Beatles, Legião, Led Zeppelin (as bandas acabaram e as músicas continuam por gerações, tudo bem). Mas como ficar ir a show de uma banda que acabou e que faz turnê, tem potencialidade para disco e não os produz? É difícil entender, sobretudo com duas cabeças como as de Marcelo e Rodrigo.


Disso vale a pena dizer que ou há um desentendimento mútuo entre os integrantes da banda (e das quatro oportunidades que a vi no palco, esta parece, num olhar mais cuidadoso, a que mostra uma economia ainda maior de comunicação e mesmo de sintonia entre eles... Menos Hermanos que nunca, eu diria); ou então só se procuram para fazer dinheiro exatamente com a garantia dos novos fãs (que seguem, e seguirão, certamente, lotanto as casas de show como fizeram no Recife com mais de 15 mil pessoas), pois por mais promissores que os projetos solos sejam, nem se comparam com o que certamente se arrecada com a banda reunida.

Poxa, vida! Por que não se reunem na Chácara e produzem 12 músicas e lançam um novo disco? No palco, apareceram músicas que nem nome têm ainda, o que mostra que um disco poderia acontecer e facilmente atrairia a curiosidade de quem acompanha a banda há mais tempo e os novos fãs também.

No palco, uma separação que começa a aparecer desde Ventura: Rodrigo (numa estranha magreza, além de bem bronzeado), o músico, o arranjador, o construtor de letras mais complexas e Marcelo, o melancólico, quase meloso, usando um microfone retrô e com suas letras de amor. Mas pouco divertimento entre eles, isso estava claro.

Rodrigo até reclamou de um grupo de fãs que reclamaram um pouco em virtude das distorções provocadas propositalmente pela banda: "Não posso fazer nada. Curte a energia, cara. Usa a imaginação", disse ele.

Mais à frente, conclamou o público a ver os outros shows, das outras bandas, dizendo: "em 99 éramos nós que estávamos no festival".

Além dos Los Hermanos, o Abril Pro Rock teve nessa mesmo sexta-feira os curitibanos d'A Banda Mais Bonita da Cidade com sua sorridente e lúdica vocalista Uyara e o hit instântaneo "Oração"; o pernambucano Tibério Azul, com participação de Vítor Araújo; e os catarinenses do Somato, ganhadores de um concurso patrocinado pelo chocolate Bis. Só deu pra ver o finalzinho da banda mais bonita, cantando, exatamente, seu hit de internet. Foi legal.

Mas de tudo, resta a certeza do começo de uma turnê que já está com os ingressos, pelo que eu sei, praticamente esgotados desde o lançamento. Sucesso garantido para uma banda que faz das suas músicas verdadeiros hinos, cantados com devoção pelo seu público que continua - mesmo que tenhamos novas esperanças com Marcelo Jeneci, Thiago Petit e outros - tendo oportunidade de ter contato com boa música - rock pesado, MPB, Samba, Ska, tudo misturado numa poesia só, que se espera possa ir além do que se vê!

Setlist:
Além do que se vê
O vencedor
Retrato para Iaiá
Todo Carnaval tem seu fim
O vento
A outra
Morena
Primeiro andar
Mais tarde
sétimo andar
Um par
Sentimental
Cadê teu suín?
Acostumar
- Marcelo Camelo
A flor
Cara estranho
Condicional
Deixa o verão

música sem título - Rodrigo Amarante
Pois é
O velho e o moço
Conversa de botas batidas
Último romance

música sem título - Rodrigo Amarante
Casa pré-fabricada
Tenha dó
Pierrot

terça-feira, 8 de maio de 2012

Uma letra - Drão - Gil

Drão
O amor da gente é como um grão
Uma semente de ilusão
Tem que morrer pra germinar
Plantar n'algum lugar
Ressuscitar no chão
Nossa semeadura

Quem poderá fazer
Aquele amor morrer
Nossa caminhadura
Dura caminhada
Pela estrada escura




Drão
Não pense na separação
Não despedace o coração
O verdadeiro amor é vão
Estende-se infinito
Imenso monolito
Nossa arquitetura

Quem poderá fazer
Aquele amor morrer
Nossa caminha dura
Cama de tatame
Pela vida afora

Drão
Os meninos são todos sãos
Os pecados são todos meus
Deus sabe a minha confissão
Não há o que perdoar
Por isso mesmo é que há
De haver mais compaixão

Quem poderá fazer
Aquele amor morrer
Se o amor é como um grão
Morre nasce trigo
Vive morre pão
Drão, Drão

Bastante Atrasado - Frejat - Busto de Tamandaré - 28 de Janeiro de 2012

Bem atrasado, mas ainda a tempo de se atualizar...
Dia 28 de Janeiro se encerrou o projeto Estação do Som em João Pessoa com o show do carioca Frejat, chamado de "A tal da Felicidade". E esse realmente foi o clima de praticamente todo o show, com um repertório que saiu muito do roteiro "Barão Vermelho" e foi a Caetano, com "Você não entende nada", passou por Cazuza, com "Por que a gente é assim", um medley muito suigado - e segundo o próprio Frejat, do tempo em que havia realmente a Black Music brasileira - com "Não vou ficar, Réu Confesso e Você, todas da Vitória Régia e do saudoso Tim Maia. Indo além foi também no Pessoense Herbert Vianna, cantando "Caleidoscópio". Assim, nessa primeira parte do show, ele acabou surpreendendo os que, talvez como quem vai a um show sem saber exatamente o que vai ser tocado, não esperavam muita coisa do ex-guitarrista do Barão. Na segunda parte do show, Frejat entra nas suas composições pós Barão (e a partir de 2001, com "Desejos") e vai variando com as mais consagradas e conhecidas do público. Das óbvias aparecem "Malandragem", "Amor pra Recomeçar", "Por Você", "Bete Balanço" e "Puro Êxtase". No meio dessas, entrecorta com "Ainda é Cedo" do Renato Russo (uma das minhas preferidas) e, no Bis, faz a linda ‘Pra Recomeçar’ e "Segredos" (quem não viu o clipe, é lindo, vale a pena, foi inclusive vencedor do VMB - Melhor clipe POP 2002 e do prêmio Multishow 2003), e na última música, uma surpresa, com Bruno Gouveia subindo ao palco e, com sua atuação performática, já bem conhecida e adorada pelo público pessoense, dividiu com Frejat o hit "Exagerado", levando o público ao delírio. Pena que ele mesmo (Bruno) que tinha show marcado para a praia de Intermares logo após o show de Frejat, amargou o cancelamento da festa - acho que por falta de público mesmo.
Apesar das reclamações da imprensa local depois do show, alegando que Frejat não falou com ninguém antes de entrar no palco, o show foi magistral. Na minha opinião, melhor que o de Lulu Santos, que fez, esse sim, um show burocrático e sem a menor empatia do público (que já tinha um lance de mal-estar com ele). Frejat se comunicou o tempo inteiro com a platéia, elogiou o show anterior de "Zé Viola", e disse, no final que "vou ficar velhinho e não vou esquecer esse show aqui". Foi realmente muito simpático e empolgou a platéia, que saiu maravilhada com o que viu. Não era o Barão, é verdade. Nunca seria sem Cazuza, mas aparentemente, depois de um amadurecimento muito intenso do pondo de vista musical, Frejat se tornou um compositor virtuoso, de letras ricas e que também não deixa de revisitar velhos ritmos dos quais parece gostar muito, como é exemplo da Black Music brasileira. Encerrou assim, com chave de outro, o Festival de Música em João Pessoa.

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Lulu Santos - 21 de janeiro - João Pessoa



- Pede desculpa! Pede Desculpa!

Era o que aparentemente gritava um grupo de pessoas perto do palco montado nas areias de Tambaú no projeto "Estação do Som" promovido pela prefeitura municipal de João Pessoa, que tem se firmado no calendário do Nordeste como ótima opção para a população que gosta e aprecia a boa música. Lulu Santos estava no Palco.

E quando uma carinha, intrigado, com penugens no rosto perguntou: - "pede desculpa pelo quê?", alguém teve de explicar que em algum momento do passado (há mais de 10 anos) Lulu Santos destratou uma platéia na mesma cidade onde, agora, acontecia o show. Explicou também que em virtude da idade do questionador, ele, provavelmente, era muito "juvenil" pra saber o porquê da exigência da retratação do artista. Mas ele disse que ia "twittar" isso. "Yeah, right", como diria Yve.


Ele não se retratou. Nem agradeceu. Nem falou uma única vez o nom da cidade onde estava.

Entrou, desceu o sarrafo na guitarra, fez seus trejeitos meio doidos e foi embora, agradecendo ao público "tirando o chapéu" que usou durante parte da apresentação com sua guitarra verde-piscina.

Outro dia já falei que ele (08 de março/2010 - http://sonstempoesilencios.blogspot.com/2010/03/o-cara-e-um-chato-arrogante.html) é o mais chato da Música Popular Brasileira. Mas também disse que o cara pode. Pelo que fez (e ainda faz) não deve nada a ninguém e se quiser gostar dele assim mesmo bem, se não, bem também.


Aliás, não ter papas na lígua não é uma exclusividade de Lulu Santos, vide Tim Maia, Ângela Ro ro, Rita Lee... o próprio Caetano (que um dia - quem estava lá lembra - perguntou "que balbúrdia é essa?" no Forrock...), sem falar em João Gilberto...

Assim, melhor mesmo é curtir a música, o show, a boa-forma de um sessentão malhado e que ainda leva multidões a cantar refrões que foram grudadas da cabeça de pelo menos duas gerações.

No palco, músicos que já o acompanham há bastante tempo, como o baterista "Chocolate" e o Tecladista "Hiroshi Mizutani", além de uma presença, essa mais nova, de Andrea Negreiros, que faz lindamente o vocal com ele e com o baixista "Jorge Ailton" e o saxofonista "PC".

Abriu com o medley Toda Forma de Amor - Um Certo Alguém - Último Romântico, Apenas Mais Uma de Amor, depois foi um grande desfile dos hits de sucesso, sem surpresas: "Sabado a noite", "De repente Califórnia", "Tempos Modernos", "Tudo bem", "Tudo azul", "Como uma Onda", "A cura", "Condição", SOS Solidão, "Ela me faz tão bem", "Um pro outro", "Adivinha o que", "Já é", "Papo Cabeça", "Assim Caminha a Humanidade".

Das mais novas, "Vale de Lágrimas", mas de minha parte, ele também teria tocado "Dinossauros do Rock", "Brumário" e "Areias Escaldantes". Mas paciência, foi quase uma hora e meia de muita música boa e de um público envolvido pelas letras e pelo som muito dançante de um Lulu Santos animado, disposto, mas sem maiores amores.

Tomara que demore menos para Lulu voltar aos palcos paraibanos, trazendo sua boa música, seu suíngue e sua guitarra, fazendo todo mundo reviver bons tempos, de boa música, mesmo que ele continue assim, um chato de galocha.

Em tempo. Outra vez, de parabens a prefeitura de João Pessoa, por trazer, além de Lulu, Lenine, Ivan Lins, Marcelo Camelo, Luiz Melodia, além de todos os artistas locais que abrem os espetáculos, sem pre muito prestigiados e respeitados pelo público. Esse é o papel também do Poder Público: colocar o cidadão em contato não só com o nacional, mas com o regional também, muitas vezes solenemente esquecido. No caso de Lulu, Glaucia Lima, uma pesquisadora de música, abriu o show, cantando compositores paraibanos, no que foi muito bem recebida.

Fotos: Carol e promocional.

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

David Guetta - 12 de Janeiro de 2012 - Centro de Convenções - Recife - PE

Para o amigo Fernando Jr.

Definitivamente, mais uma prova de que hoje, sozinho, o sujeito pode virar um astro sem exatamente ser um grande cantor ou instrumentista. É uma grande mistura de talento intuitivo musical, com todas as possibilidades que a eletrônica proporciona, além de parceiros musicais e produtores de peso.

Mas deu pra perceber que é muito mais no show ao vivo. É uma verdadeira mistura de sensações que não se resumem a ouvir uma música que pega feito jigles de propaganda, uma atrás da outra. A gente se empolga com o que vê - matuto emprenha pelos olhos, como se diz. E eu continuo sendo um grande matuto, porque a visão, nesse caso é um grande catalisador daquilo que se escuta.

Nota ruim, de profundo desrespeito ao consumidor, que paga caro pra assitir o show: a entrada. Desorganizada a mais não poder. E olha que o povo do Recife (e todo mundo de várias partes do nordeste) foi bem educado, porque do contrário, os madeiritos que formavam a entrada/funil tinham ido pro beleléu fácil, fácil. Ainda bem que não aconteceu. Outrossim, a tal da pista premium tomou toda a extensão na frente do palco até o fundo, a pista simples ficou bem na lateral, mas não tava incomodo não, só para registrar que daqui a pouco, a parte privilegiada, que é, normalmente pra ser menor, estará bem maior. Será VIP ficar na pista comum, espaço bem mais reservado. Uma Casa Grande e Senzala ao Contrário. Agora só sendo ultra-super-Vip pra ter algum privilégio - área lounge, massagem e uísque na faixa.



E tudo começa com um vídeo (http://www.youtube.com/watch?v=doCVwcknfUA) onde Will.i.am, Rihanna, Pitbull, Norman Cook, Chris Willis, Afrojack, Akon, Snoop Dogg, Sia e outros falam do quanto ele mudou a cena da música eletrônica, e realmente aproximou ainda mais a música pop dançante com a batida eletrônica, tão bem encaixada por ele nas produções desses artistas. Alguém diz que ele está no topo, e agora faz de tudo para não sair de lá. Não é fácil ter músicas no topo das paradas em mais de dez países ao mesmo tempo. Ele diz qu gosta de tocar e ver a reação do povo na platéia. Acho que o Recife lhe deu gratas surpresas...


E eu, que ainda me embasbaco com tanto laser, ouvi a minha irmã me perguntar, logo na primeira música: "E é David Guetta em 3D, é?". E realmente, durante todo o show, percebi que as luzes e os lasers não são mais apontados para quem está em cima do palco, mas pra quem está embaixo, numa grande interação e criação de um clima de grande Rave. Além disso, é fogo que sai do palco, muito gelo seco, papel picotado laminado voando, fitinhas que voam para a platéia do palco. Tudo embeleza o espetáculo.

Já na primeira música, "Sweet" http://www.youtube.com/watch?v=xHBU10x7ZrA&feature=related deu pra perceber que o show seria inesquecível. De fato, estando agora, definitivamente na rota internacional de grandes shows (e no estilo Armin Van Buuren e Pitbull também já estão a caminho) o Brasil parece que tem a capacidade de embasbacar os gringos. Vários, depois das primeiras vindas ao país, ficam encantados e surpresos como suas músicas são tocadas (e cantadas, gritadas!!!) e ficam (como o próprio Guetta) dando várias oportunidades para a platéia se esganar nas suas músicas. Pra quem é DJ é fácil, é só baixar o som e se deliciar, sozinho, em cima do palco... 15 mil pessoas dá um coral e tanto, não?




E logo no começo, ele disse que aquilo era uma festa enorme, e perguntou se o povo estava pronto. E estava, muito pronto. Todos os vídeos que procurei só dá pra ver um pedaço das músicas, porque depois, a loucura toma conta e o vídeo fica completamente impossível de ver. Dos que ainda se consegue ver bem, consegui esse, de Memories (http://www.youtube.com/watch?v=IhRmDurUwCo) e de Love is Gone (http://www.youtube.com/watch?v=iZIWUCPt1l4&feature=related). Todos mostram o quanto a iluminação daria para sustentar uma pequena cidade de tanta energia disparada pra todos os lados.

Ainda que o show seja recheado de hits (Titanium - Memories - Give me Everything - Where them Girls At - Levels - Club Can't - The World is Mine - Little bad Girl - Rolling in the deep - Sexy Bitch - Gettin' Over You - Love is Gone), ainda dá pra perceber que ele faz remontagens de suas próprias músicas, e usa loops, ecos, distorções entre outros, num quebra cabeça que a galera vai descobrindo e montando ao longo do show. Tudo sempre com muita luz e empolgação. Dele, no palo, e da galera.


Assim, Recife se deliciou e consolida, cada vez mais seu porto seguro em relação aos shows de grande porte, sobretudo os internacionais. Encerrou com Without You e I've Got a Feeling (http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=scGNAOc0EF8), e este vídeo foi filmado do palco, e dá pra ver como a galera reagiu ao hit final do Francês que esbanjou alegria e simpatia na Veneza Nordestina.

Lembrei de outro dia, também muita música, mas bem diferente. 2007 e era um tal de Norman Cook, chamado de Fat Boy Slim em uma platéia bem diversa: quase 100.000 (cem mil) pessoas loucas pulando no marco zero. De lá, ficaram algumas coisas: o gosto pelo som, as amizades e o que tinha que ficar.

Tudo com Heineken e na companhia da minha mana, que dançou como eu nunca vi e de Carol, transformando os dias comuns, de quinta, em domingos de carnaval...

domingo, 15 de janeiro de 2012

Patusco e Rica Amaral - 30 de dezembro de 2011 - Pipa - RN



Das duas, uma (como bem concluiu Carol): Ou o cachê da banda foi cortado pela metade, ou então eles se recusaram a continuar com o show daquela maneira, porque o som estava uma porcaria, parecia que a banda não tinha levado um surdo sequer para o palco, em plena noite de pré-Reveillon em Pipa.

Se foi outra coisa, não deu pra perceber, pelo menos não de onde eu estava.

De fato, se no ano passado (http://sonstempoesilencios.blogspot.com/2011/01/o-som-da-pipa.html) o grupo pernambucano foi a grande atração, com uma performance de fazer balançar a Calangos, esse ano deixou muito, muito a desejar, com uma apresentação que se durou uma hora foi muito, que não empolgou, com um som horrível, muito longe do que aconteceu no ano passado e do que é normal para a bateria.




No ano passado, a apresentação foi apoteótica, a banda desceu pra tocar junto com a galera, foi uma empolgação só. Nada nem perto do que aconteceu no penúltimo dia do ano que findou, na Calangão, em Pipa.

Uma grande decepção ter esperado tanto (o show já começou bem tarde, mais de 3 da manhã) para ver uma apresentação pífia, não sei também se pressionado de alguma forma pela loucura que é a praia da Pipa com música eletrônica. Ainda mais quando Rica Amaral (um dos melhores do Brasil) iria se apresentar logo em seguida. Talvez por isso até se justificasse o pouco tempo de show, mas a qualidade, nada justifica.

De fato, Rica é consagrado no Brasil e bem reconhecido internacionalmente. Também estava (e na mesma ordem de apresentação) no ano passado, mas nesse ano, parece que tomou a cena, definitivamente, de Patusco. Foi eleito por vários anos como melhor DJ do Brasil e integrou vários festivais importantes como o próprio Rock in Rio,o Free Jazz Festival o Planeta Atlântida e o Liquid Time. É psi-trance, então tem que estar com todo o gás pra acompanhar. E talvez a decepção de Patusco não tenha deixado nadinha de gás, porque logo fomos embora, mesmo tendo deixado, ao que parece, a galera começando a pular louca no pré-reveillon de Pipa.

Bola fora pro patusco. Parecia engasgado com genipapo, como o pato do Vinícius. Fiasco.

The Time - 03 de dezembro de 2011 - Seduction Party


Ainda que meio atrasado, mas para fazer um bom registro da noite campinense.

Desde a boate One em Campina, que funcionava ali na antiga Vila Borghese, bem em frente ao Dr. Chopp (com ótimos motivos meio oitentão) não se estruturava uma outra casa de vergonha. Até agora.

Definitivamente, a The Time Club (http://www.thetimeclub.com.br/) pode ostentar a designação de boate, não de um galpão, maquiado com uns panos (já viram isso?) e com uns exaustores que matam o povo de calor dentro, enquanto um jogo de luz de 1990 resgatado das festas da aranha (alguém viveu isso?) lá do Alto Branco ficam piscando, e você sempre se lembra que, uma hora ou outra, vai tocar "Fazer amor de madrugadaaaaaaa..." e aí você pensa: sim, sim! Estou na velha e provinciana Campina Grande!

Estrutura decente, Jogo de Laser pesado, mas definitivamente com um projeto de ambientação, som e engenharia de som (pesado mesmo), sem nada arranjado de última hora, com "gambiarras" conhecidas e todas as dificuldades do mundo tão comuns nos arremedos de boates que aparecem por aí. Várias TV's de 40 polegadas espalhadas pelo bar - que por mais que ficasse cheio, permaneceu com bom atendimento, com uma barwoman comandando o serviço.

No fundo da boate tem uma área bem legal, tipo um lounge, onde a galera sai pra fumar, com umas mesinhas, num terraço elevado, bem em cima de onde ficam os banheiros, bem arrumados e organizados.

Nota de serviço fraco foi (como quase sempre é), a turma de apoio na entrada. Meio desorganizado e um pessoal quase sempre despreparado. Onde deveria se prezar a simpatia e a cortesia (afinal se está pagando por um serviço) impera a antipatia e o sempre conhecido estilo brucutu de ser. Mas nada que ofusque o brilho da noite e a qualidade do som e da luz na boate.

O residente/empresário Raphael Almeida começou a noite tocando as que estão bombando no fim de 2011 e início de 2012, abrindo a noite para a grande atração, Milena Scheide, catarinense e que, segundo alguns sites, já tem se destacado no cenário nacional como uma das boas promessas nas pick-ups nas boates e festivais. Integra um coletivo de música eletrônica chamado de Female Angels, e toca em todo o brasil (além de boa parte da América Latina) e também tem começado boas incursões pela Europa, já tendo se apresentado, inclusive, em Ibiza, ao lado de grandes nomes da cena Eletrônica.

Ela esbanjou simpatia e também com um toque de sensualidade, começando a tocar com um terninho vermelho, mas logo estava sem ele, deixando a mostra suas tatoos com motivos meio indígenas, pelo que deu pra ver. Sempre que solicitada, estava fazendo fotos com os fãs, que se revezavam para conseguir registrar o momento com a beldade que, muito mais do que isso, mostrou realmente, para os apreciadores da música eletrônica, que sabe muito. Muitos loops, muitos ecos e passagens impecáveis, com muita técnica mesmo. Bastava olhar pra ver que ela não estava só passando as músicas não, tava botando pra quebrar mesmo.

Mas também, são pouquíssimos os que gostam mesmo. Quando ela começou (porque não tocava os hits somente, mas fazia evoluções de quem conhece mesmo) foi exatamente o momento em que só ficou quem gosta mesmo da música e gosta de dançar e não de ficar pagando de playboy emgomadinho e patrícias de salto agulha atrás de alguma mesa metálica com um litro de alguma coisa fazendo caras e bocas...

De parabéns, novamente, Raphael Almeida. Tomara que Campina suporte, pelo menos por algum tempo, a boate. Quiça possa se criar (coisa dificílima por aqui) alguma cultura diferente na cidade, que vive há décadas, um marasmo tremendo de casas boas e que, parece, por serem boas, terem uma proposta legal (vide bronx, lennon, a própria One...) acabam findando muito mais pelo povo do que por outra coisa.