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segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Lulu Santos - 21 de janeiro - João Pessoa



- Pede desculpa! Pede Desculpa!

Era o que aparentemente gritava um grupo de pessoas perto do palco montado nas areias de Tambaú no projeto "Estação do Som" promovido pela prefeitura municipal de João Pessoa, que tem se firmado no calendário do Nordeste como ótima opção para a população que gosta e aprecia a boa música. Lulu Santos estava no Palco.

E quando uma carinha, intrigado, com penugens no rosto perguntou: - "pede desculpa pelo quê?", alguém teve de explicar que em algum momento do passado (há mais de 10 anos) Lulu Santos destratou uma platéia na mesma cidade onde, agora, acontecia o show. Explicou também que em virtude da idade do questionador, ele, provavelmente, era muito "juvenil" pra saber o porquê da exigência da retratação do artista. Mas ele disse que ia "twittar" isso. "Yeah, right", como diria Yve.


Ele não se retratou. Nem agradeceu. Nem falou uma única vez o nom da cidade onde estava.

Entrou, desceu o sarrafo na guitarra, fez seus trejeitos meio doidos e foi embora, agradecendo ao público "tirando o chapéu" que usou durante parte da apresentação com sua guitarra verde-piscina.

Outro dia já falei que ele (08 de março/2010 - http://sonstempoesilencios.blogspot.com/2010/03/o-cara-e-um-chato-arrogante.html) é o mais chato da Música Popular Brasileira. Mas também disse que o cara pode. Pelo que fez (e ainda faz) não deve nada a ninguém e se quiser gostar dele assim mesmo bem, se não, bem também.


Aliás, não ter papas na lígua não é uma exclusividade de Lulu Santos, vide Tim Maia, Ângela Ro ro, Rita Lee... o próprio Caetano (que um dia - quem estava lá lembra - perguntou "que balbúrdia é essa?" no Forrock...), sem falar em João Gilberto...

Assim, melhor mesmo é curtir a música, o show, a boa-forma de um sessentão malhado e que ainda leva multidões a cantar refrões que foram grudadas da cabeça de pelo menos duas gerações.

No palco, músicos que já o acompanham há bastante tempo, como o baterista "Chocolate" e o Tecladista "Hiroshi Mizutani", além de uma presença, essa mais nova, de Andrea Negreiros, que faz lindamente o vocal com ele e com o baixista "Jorge Ailton" e o saxofonista "PC".

Abriu com o medley Toda Forma de Amor - Um Certo Alguém - Último Romântico, Apenas Mais Uma de Amor, depois foi um grande desfile dos hits de sucesso, sem surpresas: "Sabado a noite", "De repente Califórnia", "Tempos Modernos", "Tudo bem", "Tudo azul", "Como uma Onda", "A cura", "Condição", SOS Solidão, "Ela me faz tão bem", "Um pro outro", "Adivinha o que", "Já é", "Papo Cabeça", "Assim Caminha a Humanidade".

Das mais novas, "Vale de Lágrimas", mas de minha parte, ele também teria tocado "Dinossauros do Rock", "Brumário" e "Areias Escaldantes". Mas paciência, foi quase uma hora e meia de muita música boa e de um público envolvido pelas letras e pelo som muito dançante de um Lulu Santos animado, disposto, mas sem maiores amores.

Tomara que demore menos para Lulu voltar aos palcos paraibanos, trazendo sua boa música, seu suíngue e sua guitarra, fazendo todo mundo reviver bons tempos, de boa música, mesmo que ele continue assim, um chato de galocha.

Em tempo. Outra vez, de parabens a prefeitura de João Pessoa, por trazer, além de Lulu, Lenine, Ivan Lins, Marcelo Camelo, Luiz Melodia, além de todos os artistas locais que abrem os espetáculos, sem pre muito prestigiados e respeitados pelo público. Esse é o papel também do Poder Público: colocar o cidadão em contato não só com o nacional, mas com o regional também, muitas vezes solenemente esquecido. No caso de Lulu, Glaucia Lima, uma pesquisadora de música, abriu o show, cantando compositores paraibanos, no que foi muito bem recebida.

Fotos: Carol e promocional.